Antes de partir para os EUA para o meu último ano como estudante-atleta, um filme passava pela minha cabeça. Eu lembrava dos meus primeiros momentos na universidade. Eu, como Freshman, seguindo os passos e aprendendo com a Senior. Na maioria das vezes, sem saber muito de onde a jornada me levaria, porém sempre buscando o melhor ao meu alcance. Nesse ano, eu descobriria o outro lado e os papéis se inverteriam.
O College sempre te traz muitas surpresas e os desafios são sempre diferentes. O último ano tinha certeza que seria especial. Seria um ano em que me graduaria e partiria para o circuito profissional. Criar uma plataforma para me possibilitar entrar preparada e pronta para superar os obstáculos na nova etapa da minha vida, era o objetivo.
“Você está animada ou chateada para finalizar o college?” – era a pergunta que mais recebia. Confesso que sempre respondia animada, por mais que seria o fim da experiência que mais me ensinou na vida, até então. Sempre colocava em mente de que não era o término mais sim o começo de um novo ciclo.
Ás vezes, a palavra experiência pode ser vaga pelo fato de não apresentar um momento específico ou um caminho a ser seguido. Porém, experiência é a melhor palavra para representar a verdadeira essência da vida do ser humano. Aprendi mais do significado dessa palavra no meu Senior Year.
Experiência não é ser velho porém ser capaz de ter a visão como se tivesse idades diferentes. Experiência é saber que tudo tem um propósito e acreditar nisso. Experiência é ter a capacidade de transformar sofrimento e dúvidas em certezas e felicidade.
Começamos a temporada em Melbourne, na Austrália. Fomos selecionadas para jogar contra a University of Southern California no Australian Open. Primeira vez que o College Tennis estaria saindo dos Estados Unidos. Uma viagem histórica para ambos os times e todas as pessoas e organizações envolvidas na formação dos estudantes atletas.
Ás vezes, as coisas não vão do jeito que você desejava. Infelizmente, no segundo dia de treino, uma dor que estava sentindo no ombro começou a piorar. A decisão feita pelos médicos foi de não jogar e tratar para ficar saudável para o resto da temporada. Acabamos perdendo o confronto, porém era apenas o começo. Da mesma forma que estava triste por não ter ajudado o time dentro daquelas quadras azuis do Australian Open, continuei com bons pensamentos de que em pouco tempo estaria de volta no meu lugar favorito, a quadra de tênis.
Após o Australian Open, eu e minha equipe estávamos muito animadas para começar a temporada, apesar das 38 horas de viagem. O Australian Open nos ensinou muito. Tivemos a oportunidade de vivenciar e ver de perto a rotina dos profissionais e assistir tênis de alto nível durante toda a semana. Pessoalmente, tive o prazer de encontrar com o maior da história e o tenista que sempre me inspirou, além de assistir e encontrar com a minha irmã do coração.
Como em todos os outros anos, a conferência SEC (Southerneastern Conference) sempre requer muito esforço e força mental. Não temos muito tempo livre e somos exigidas ao máximo na quadra e nas salas de aula. A carga aumenta quando você é Senior. Você sente a cultura do seu time nas suas mãos. A responsabilidade de estar liderando uma equipe com a chance de transformar uma semente em flor, por exemplo, é a parte mais interessante. Tive a sorte de ter duas parceiras de time – que também estavam no último ano – ao meu lado na mesma missão que eu: deixar um legado na universidade.
Fomos campeãs da conferência SEC pela primeira vez na história da universidade. No dia anterior, acordei na madrugada com o sonho de que já tínhamos ganhado e estávamos todas muito felizes comemorando com o famoso boné de “Champions” nas nossas cabeças. Porém, segundos depois me dei conta que não tínhamos nem jogado ainda. Teria que dormir mais algumas horas para começar a preparação para a final.
Foi um confronto disputado contra a University of Georgia, primeira colocada no ranking. Começamos perdendo o ponto da dupla. Teríamos que manter a cabeça erguida e se preparar para os jogos de simples já que o confronto estava longe de se terminar. Nas simples, todos os jogos foram uma batalha. Estávamos jogando em equipe com o coração desde o primeiro ponto. Em um momento, o confronto ficou empatado e dependeria do meu jogo para determinar qual time levantaria o troféu. Estava 4-2 abaixo para mim no terceiro set, então pensei: “Terá apenas um final feliz, faça seu sonho realidade.” Fechei o terceiro set em 6-4 e cai na quadra de alegria. Tudo que eu queria era apenas congelar aquele momento depois do match point quando vi toda minha equipe realizada e feliz. Senti um alívio quando vi que agora, aquele momento era real. Por estar compartilhando essa vitória com a minha outra família, me fez ter ainda mais certeza de que eu trocaria qualquer título ou prêmio individual, para subir no pódio mais alto com o meu time.
No NCAA’s classificamos para o Elite 8 pela primeira vez na história. Depois disso, não foi como esperávamos apesar de cada uma das meninas lutarem até o último ponto. No final não tínhamos nenhum arrependimento, apenas com a tristeza de que o nosso capítulo terminaria ali mais com a certeza de que a University of South Carolina atingiu um novo patamar.
O Senior Year foi um ano que percebi ainda mais que a vida é para ser vivida em “equipe” e que ajudar o próximo é uma das maiores fontes de energia. Nada seria possível sem o apoio da minha família que sempre esta apoiando do Brasil e desde o dia que eles viram que tênis era a minha vida. Das minhas companheiras de time que sempre estiveram ao meu lado. Dos meus técnicos que abriram as portas para mim e me ensinaram não só dentro das quadras mas fora delas também. E de todas as pessoas envolvidas no campus da University of South Carolina, que me acolheram desde o primeiro dia e me guiaram para que eu pudesse viver os melhores momentos da minha vida.
E claro, todas as pessoas que me acompanham e me trazem motivação de escrever aqui para continuar ajudando a vida de outros(as) futuros(as) sonhadores(as). Minha carreira no College terminou porém um novo ciclo se começa. Circuito profissional, esta logo ali. Novidades e novas aventuras estão por vir 😉
“Titles. That’s doesn’t drive me. What drives me is continuing to learn.” -Kobe Bryant
É isso aí Ingrid! Vencendo cada etapa e com sonhos e trabalhos duro! Te admiro
Muito! Arrasa! Sucesso!
É isso aí Ingrid! Vencendo cada etapa e com sonhos e trabalhos duro! Te admiro
Muito! Arrasa! Sucesso!