6. O time em primeiro lugar

Meses antes de ir para o meu terceiro ano na faculdade e me tornar uma Junior, o que eu mais escutava eram as pessoas falando que seria o melhor ano; eu não sabia a razão. Talvez por ser o ano em que você já superou a inexperiência de ser uma Freshman e a arrogância de ter se tornado uma Sophomore. Isso apenas me deixava mais empolgada e ansiosa para ir para mais uma temporada e ver o que estaria guardado para mim.

 

Nosso grito de guerra antes de cada jogo.

 

Pela primeira vez em agosto, minha família veio comigo para os EUA, já que a minha irmã começaria a jornada dela como jogadora de vôlei e estudante de Computer Science na universidade de Mars Hill em North Carolina. Ficamos uma semana com ela dando um suporte, já que eu estava vivenciando a rotina universitária por dois anos e sabia como as coisas funcionavam.

 

No fall do meu Junior Year, decidi com o meu técnico de que iria jogar mais torneios profissionais por South Carolina, já que meu objetivo sempre foi ir para o profissional após o college. Por quase um mês, arrumava minha mala, a raqueteira e pegava a estrada para um novo torneio. E as aulas? Estava faltando bastante e tendo que fazer trabalho extra durante as viagens. Neste período, posso confessar que senti falta da energia do college e das minhas companheiras de equipe fora das quadras, o que eu estava acostumada no momento. Aprendi bastante nesse momento e valorizei ainda mais a energia vindo de fora das quadras.

 

No Spring, fizemos história. Não perdemos um confronto fora de casa na conferência SEC – considerada a mais dificil no lado das mulheres. Foi uma temporada inesquecível e que precisei superar obstáculos a cada dia e fazer coisas que não estava acostumada. Meu técnico me nomeou capitã do time junto com a Senior, Hadley Berg. Nós duas tínhamos características que poderiam se complementar e ajudar ainda mais o time. Cada ano que passa o seu dever é perceber cada vez mais que o TIME sempre virá em primeiro lugar. No Junior Year, acho que isso já é automático o que faz tudo ficar um pouco mais fácil. Você está ali para ganhar com o seu time e fará de tudo para ver o seu time no topo.

 

Quando ganhamos da Universidade da Georgia pela primeira vez desde 2010.

 

No final do Junior Year, estava caindo a ficha de que iria para o meu último ano apesar de não ter sido uma tarefa fácil de acreditar. A única coisa que passava pela minha cabeça nesse período era a imagem daquela menina brasileira, ainda imatura chegando nos EUA sem falar muito inglês e sem saber muito do que estava prestes a encarar. Ao mesmo tempo, vejo a imagem dessa mesma menina que tinha sonhos e durante os anos foi se superando e apagando algumas dúvidas. Senior Year, estava logo ali e ela estava preparada para o que estava por vir.

 

Após ganhar o jogo decisivo contra Mississippi State.

 

“Acredite no processo, mesmo que ás vezes não faça sentido.”

 

 

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