2. De malas prontas

Treinava na equipe do Ricardo Acioly no Rio de Janeiro com Rodrigo Soriano, Fabrizio Gambassi, Juninho Fernandes, Franklin Velozo, Fábio e Luiz Farias e os preparadores físicos Mário Brandão e Ronaldo Soriano. Treinei lá desde os 12 anos de idade quando me mudei da Ilha do Governador para a Barra da Tijuca. Sempre me ajudaram muito e fizeram parte do meu crescimento não só como tenista mas como pessoa também. Nesse momento que precisávamos tomar uma decisão importante foi a quem procuramos.

Treinando aos 12 anos no Clube Marapendi (RJ) na Equipe do Ricardo Acioly.
Treinando aos 12 anos no Clube Marapendi (RJ) na Equipe do Ricardo Acioly.

Entramos em contato com o Pardal, (como Ricardo Acioly é conhecido) acho que ele não esperava essa notícia porém apoiou a idéia. Marcamos uma reunião e ele com toda sua experiência, tendo graduado nos EUA na Carolina do Sul, apontou algumas das universidades que poderiam me interessar já que sabia que o tênis é sempre o objetivo principal. Acho que todos nós em algum ponto de nossas vidas olhamos para trás e vemos as pessoas que fizeram a diferença em uns momentos cruciais de nossas vidas. O Pardal foi uma dessas pessoas que abriu portas para mim. Entrou em contato com alguns técnicos e colocou meu nome em uma boa posição para que eu pudesse ter a melhor experiência possível.

 

Como já era Março de 2015 e eu teria que ir em Agosto pois já tinha terminado o Ensino Médio em 2014, o processo tinha que ser rápido porém tínhamos que agir de forma cautelosa. Contratamos o Daquiprafora (equipe muito competente), professora particular de inglês específica para os testes (TOEFL e SAT) e começamos a fazer a nossa parte também (eu e minha familia) em relação as papeladas e agendamento dos testes e de visto.

 

Tour no campus da University of South Carolina.
Tour no campus da University of South Carolina.

Recebemos o convite para visitar a University of South Carolina e não pensamos duas vezes na proposta. Bateu um pequeno nervosismo porque eu falava um inglês bem fraco e ainda iria com meus pais que estavam no nível Básico do cursinho de inglês, ou seja, quando chegasse lá era eu no comando da família.

A visita foi ótima. Conheci algumas meninas do time, os técnicos e os coordenadores acadêmicos. A cidade estava bem vazia devido às férias de verão em Junho, mais deu pra ver a estrutura de primeiro mundo e todo o investimento para os alunos e atletas. Foram três dias cheios de reuniões, tour pelo campus da universidade, palestras acadêmicas e jantar com a equipe. Foram dias cansativos mais muito importantes para ter uma idéia de como a minha vida iria ser durante 4 anos.

 

A visita superou o que eu pensava sobre as universidades americanas. O inglês foi uma barreira pequena diante de todo o suporte que recebi. Não posso deixar de mencionar o Thiago Pinheiro, um brasileiro que fazia parte do time de tênis da universidade e eu conhecia da época de juvenil que nos acompanhou durante o tour pela universidade dando várias dicas e apoiando a minha decisão de ir pra lá, além de ter dado uma ajudinha no inglês.

Visitando o estádio de football com o meu pai, o técnico assistente (Jeff Nevolo) e o Thiago Pinheiro.
Visitando o estádio de football com o meu pai, o técnico assistente (Jeff Nevolo) e o Thiago Pinheiro.

University of South Carolina, é essa! Não tive muita opção nem tempo, mas mesmo se estivesse acho que ela continuaria sendo a minha primeira escolha. O programa e a cultura que os técnicos implementavam na equipe me deram muita confiança de que eu estava tomando a decisão certa.

 

Depois da visita, voltei para o Rio. O processo continuava, ou melhor, estava apenas começando. Eu dividia os compromissos acadêmicos e burocráticos com os treinos diariamente. Foi uma decisão que mudaria muita coisa em poucos meses. Ao invés de viajar sozinha para os torneios, eu viajaria com mais 10 meninas, voltaria para sala de aula depois de três anos estudando por apostila e sem falar da mudança de país, cultura e língua. Mais ao mesmo tempo, algumas coisas se mantinham iguais como o desejo de jogar tênis.

 

Foi uma correria mais que valeu a pena cada segundo. Muita gente cita o nervosismo nessa parte final, mais acho que para mim o que eu tinha mais era curiosidade. Queria saber de como ia ser porém tinha pouca informação, não sabia o que iria encontrar lá mais não criei muitas expectativas apenas valorizei ainda mais os últimos momentos que tinha no Brasil e sempre lembrava a mim mesma: seja você e dê o seu máximo, o resto vêm com o tempo.

 

Num piscar de olhos, eu estava partindo com o coração apertado. Sempre fui muito apegada a minha família, não queria ir embora mais ao mesmo tempo sabia que estava partindo não só por mim mais por eles também, em busca de algo melhor. O meu primeiro semestre como estudante-atleta na University of South Carolina-Columbia começaria em Agosto de 2015.

 

“Ás vezes você faz escolhas na vida, ás vezes as escolhas fazem você”

 

8 Replies to “2. De malas prontas”

  1. Adorei Ingrid e parabéns pela iniciativa de relatar tão clara e empolgante sua experiência de ir patavina universidade nos EUA!!!

  2. Muito legal sua iniciativa!
    Meu filho de 11 anos treinou no Marapendi quando vc estava se preparando para ir !!
    Lembro de vc treinando!
    Sua experiência nesse processo ajuda muito aos pais planejarem as possibilidades no futuro!
    Hoje meu filho Lucca treina na Techset com o Pancho!
    Acho que vai ser o mesmo caminho que o seu!
    Não deixe de relatar mais da sua experiência !!
    Obrigado !!!

    1. Que legal! Vou continuar postando sim! Esse é o objetivo do blog, ajudar de alguma forma os jovens como seu filho! Obrigada!

  3. Parabéns Ingrid. Você realmente é uma menina muito guerreira é determinada. Estamos sempre torcendo por você. Um grande abraço. Chico, Tininha, Pedro e Gabriel.

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